“Vamos entregar o parque dos sonhos”. A promessa da secretária de Turismo de Santos, Wânia Seixas, refere-se ao Orquidário e foi feita nesta quinta-feira aos presentes na reunião do Conselho Municipal de Turismo (Comtur), órgão que ela preside.

No encontro, que ocorreu no próprio parque, a secretária explicou os motivos que levaram o valor dos investimentos a saltar de R$ 2,5 milhões para, aproximadamente, R$ 10,5 milhões. “O projeto inicial era priorizar a parte técnica e dar uma melhorada geral. Porém, como conseguimos mais verba, vimos que era possível fazer outras coisas”.
Mas a pergunta que todos fazem, infelizmente, nem a secretária sabe responder: afinal, quando o Orquidário será reaberto para a comunidade? “Eu tenho a expectativa que seja em janeiro; porém, essa informação só será fornecida pela empresa que vencer a licitação”. O local está fechado desde 2009.
As fases I e II estão prontas. Porém, apenas 36,9% da III etapa foram concluídos pela Construpel, empreiteira responsável pelas obras e que decretou falência. Somente o recinto dos veados, o playground lúdico e a compostagem foram finalizados pela empresa, que será multada pela Prefeitura por descumprir o acordo.
Da verba de R$ 3 milhões liberada pelo Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias (Dade) para a fase III, R$ 897.209,00 foram enviados à construtora para o pagamento do serviço realizado. O restante, pouco mais de R$ 2 milhões, será destinado à empreiteira que vencer o processo de licitação, previsto para 8 de outubro.
A secretaria de Turismo refez o orçamento do que está pendente e apurou um possível défict de R$ 237.615,21. “Essa quantia é uma estimativa. Pode ser que sobre ou falte. Dependerá dos valores apresentados pela empresa que ganhará o processo de licitação”, explica Wânia.
Para concluir a terceira fase, faltam os edifícios administrativo, de botânica e de serviços. O recinto dos primatas, a casa das orquídeas e o mostruário das plantas, a reforma no lago principal e o fornecimento dos cabos elétricos, telefônico e de informática também serão finalizados nessa etapa. As fases IV e V já estão em processo de licitação. Segundo Wânia, o projeto não sofrerá novas modificações.

Prejuízo
Além da população, o fechamento do Orquidário prejudica a própria Secretaria de Turismo, já que está sendo necessário usar a verba das bilheterias do Aquário Municipal para manter os animais.
Em 2008, último ano de seu funcionamento completo, 157 mil pessoas visitaram o Orquidário. Desse total, 72 mil entraram gratuitamente, 6 mil pagaram metade da tarifa e 79 mil o ingresso inteiro, que na época custava R$ 1,00.
Ainda naquele ano, a Secretaria lucrou cerca de R$ 82 mil com a bilheteria. Porém, suas despesas com o parque durante o mesmo período foram de R$ 127 mil.
Para resolver esse problema, a administração municipal deve reajustar o valor da entrada. Além disso, para estimular a visita simultânea ao Aquário e ao Orquidário, está em projeto a criação de um bilhete único integrado. Esse recurso dará descontos e será mais vantajoso do que comprar ingressos separados para os dois pontos turísticos da Cidade.
Comércio
Os comerciantes locais torcem para que a reabertura seja rápida. Artur Pereira da Silva é proprietário de uma banca de jornal próxima ao Orquidário. Ele diz que ainda sente os reflexos de seu fechamento. “Afetou o negócio de todos por aqui, principalmente nos feriados e aos domingos, quando sempre vendíamos algo mais”.
Roberlândia da Silva é gerente de uma padaria que fica na esquina da Avenida Francisco Glicério com a Rua Dr. Guilherme Guinle. Ela assumiu a casa há tres meses e aguarda, ansiosamente, a reabertura do parque. “Tenho esperança que o movimento aumente”.
Att,
Caroline Espinosa
(13) 9703-8430
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